fonte: Saúde Business
A pandemia deixou claro para empresas dos mais variados setores o quanto a infraestrutura digital é estratégica na atualidade. Na saúde, uma das indústrias mais impactadas, os hospitais e clínicas que tiveram mais sucesso em atender às demandas geradas pela Covid-19 foram aqueles que já investiam em novas tecnologias.
Entre eles está o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A instituição começou um processo de renovação de equipamentos médicos em 2017, avançando dois anos depois para a transformação das redes e do data center de modo a permitir que os novos equipamentos pudessem estar conectados e serem operados remotamente com a performance desejada.
O HUPE conseguiu responder ao aumento repentino da demanda ao implementar soluções como o prontuário eletrônico e a automatização de processos. “Temos medidores de glicose via Wi-Fi, em que o resultado vai automaticamente para o prontuário do paciente; também fazemos a entrega de todos os exames pela internet, reduzindo significativamente o fluxo de pessoas no hospital. Conseguimos disponibilizar acesso seguro à nossa rede sem fio para permitir que o paciente se comunique com seus familiares pelo smartphone. Nada disso seria possível se não tivéssemos modernizado nossa infraestrutura de rede antes da pandemia”, conta Orlando Saboya, diretor de TI e Telessaúde do HUPE.
Além dos pacientes e seus familiares, alunos e funcionários também foram beneficiados pela tecnologia de ponta: o curso de Medicina ministrou aulas remotas durante a pandemia, a produtividade do corpo médico aumentou após a digitalização de processos, e até mesmo a receita cresceu. A partir do melhor controle dos atendimentos realizados, a receita proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS) teve alta de aproximadamente 100%. “A rede é a base de tudo, se não for eficiente não conseguimos fazer nada funcionar. Agora temos um maior controle de estoque e registro aprimorado de informações de faturamento. Tudo isso se reflete em uma melhor gestão dos recursos e na prestação de serviços ao paciente”, diz Saboya.
Flávio Póvoa, gerente de engenharia de sistemas da Aruba, explica que as redes legadas e fragmentadas são incapazes de acompanhar o avanço tecnológico, como a internet das coisas (IoT). “Falta visibilidade, controle e disponibilidade de informações em tempo real. Com um modelo operacional unificado, a fronteira entre o data center e a borda da rede se torna mais fluida. Além disso, em uma rede inteligente a resolução de problemas é mais automatizada, o que libera a equipe de TI para demandas mais estratégicas do negócio”.
Animada com os bons resultados, a equipe do HUPE quer avançar na transformação digital. Já estão nos planos as transmissões em tempo real de cirurgias, a geolocalização de equipamentos médicos e a teleconsulta integrada ao sistema de gestão.